É a Véspera do Ano Novo uma Festividade Judaica?
Is New Year's Eve Jewish?
Is New Year's Eve Jewish?
Em "Jesus", Flusser defende a tese de que uma exegese cuidadosa nos três primeiros Evangelhos, denominados sinópticos, revelará não o Jesus messiânico ensinado pela tradição cristã, mas sim o Jesus judeu, que usava o seu profetismo como uma forma radical de reforma na religião de Yisrael. Para Flusser, Jesus foi um judeu completamente comprometido com a sua origem, não podendo ser encontrado no mesmo nenhum traço de ruptura.
Outra questão bastante interessante encontrada na obra, é a defesa da relevância dos Evangelhos na composição da real imagem do Jesus Histórico. Para David Flusser, a despeito dos mitos existentes nos relatos evangélicos e da função proclamativa da mensagem cristã por parte da Igreja, após uma leitura crítica é possível encontrar traços confiáveis do Jesus Histórico nestes textos sagrados. Em suma, mesmo não sendo relatos historiográfico s de acordo com a moderna concepção do termo, os evangelhos trazem à tona muito do verdadeiro Jesus.
Sobre estas questões, vejamos o que o próprio Flusser tem a dizer:
Os primeiros registos cristãos sobre Jesus não são tão indignos de crédito como se costuma acreditar atualmente. Os três primeiros Evangelhos apresentam um retrato razoavelmente fiel de Jesus como um judeu típico da sua época, e também preservam consistentement e seu modo de falar sobre o Salvador na terceira pessoa. (Jesus, pg. 3)
ou;
A tradução grega de antigas fontes hebraicas foi utilizada por os nossos três evangelistas. Assim, quando estudamos à luz do seu pano de fundo judaico, os Evangelhos Sinópticos preservam um quadro de Jesus que é mais confiável do que em geral se admite.
Por mais que tenhamos divergências com algumas premissas defendidas por Flusser, é impossível que qualquer pessoa interessada em conhecer um pouco mais a respeito da vida e obra de Jesus não devore este livro. Apesar de ser uma obra académica, a sua linguagem é de fácil compreensão, fazendo da leitura um exercício prazeiroso.
Para certos frequentadores dos textos do Novo/Segundo Testamento não lhes basta o simples prazer de os ler. Interessa-lhes o que neles podem encontrar para a orientação da sua vida pessoal, familiar e social. Querem, talvez, descobrir o programa de Jesus Nazoreu (de Nazaré?) e o que dele podem tirar para resolver os problemas do seu dia-a-dia. Não me parece que seja fácil satisfazer este pendor pragmático.
Se quiserem colher, nos Evangelhos, um programa de governo, seja para que país for, ficarão decepcionados. Jesus, no sector da agricultura, manifestou que conhecia bem as condições e técnicas para as boas sementeiras e colheitas. Mas uma reforma agrária não se faz recomendando: olhai os lírios do campo e as aves do céu. Quando aborda a questão dos trabalhadores para a vinha, tem uma política de salários que prima pelo arbitrário e que qualquer central sindical teria de combater. No sector das pescas, provocou iniciativas que multiplicaram o peixe, mas não deixou a receita para garantir futuras experiências de sucesso. Além disso, até retirou barcos e pescadores à sua utilidade normal, fazendo dos pescadores pregadores. Para a montagem de uma indústria próspera, como podia ser a da construção e a dos têxteis, não foi boa ideia recomendar que não se preocupassem com o dia de amanhã. No sector de comércio e negócios, tinha uma teoria que levaria tudo à falência: não encoraja nem exportações nem consumo interno. A atitude perante o dinheiro e a riqueza provocava a troça dos fariseus. A saúde e a assistência foram a sua preocupação permanente. No entanto, não criou uma rede hospitalar, nem lares de terceira idade. Resolvia tudo com milagres. Rejeitou, liminarmente, qualquer programa político, tanto para Si como para os discípulos. Seria de supor que, pelo menos, no plano religioso, se apresentasse como um grande especialista em organizar lugares de culto, peregrinações e cerimoniais que se impusessem como a melhor alternativa para o contacto com o divino. E nada.
Creio que Jesus não veio resolver os problemas das áreas da competência humana, nem substituir a nossa responsabilidad e histórica. Interessa-Lhe apenas fazer de nós criaturas novas, mediante a graça da conversão permanente. Compete-nos resolver os nossos problemas, por nossa conta e risco, através das ciências, das técnicas, das artes e das sabedorias que formos inventando ou descobrindo.
É certo que não deixou nada escrito, não encarregou ninguém de escrever e os textos cristãos não impõem uma interpretação única. Remetem para a participação na realidade viva de Cristo.
Os cristãos e as suas comunidades, como todos os grupos humanos, nascem e desenvolvem-se numa história marcada por tradições, mas sem estarem condenados a repeti-las. O Espírito1 de Shavuot (Pentecostes) é fonte de inovação segundo a pluralidade de carismas pessoais e de grupo.
Segundo o rabino Busquila, da Congregação Israelita Paulista, os judeus consideram Yeshua (Jesus) uma pessoa comum, tão humana quanto qualquer outra. “Ele foi uma pessoa boa, inteligente, um líder carismático e também foi judeu”, explica o rabino. De acordo com ele, o judaísmo não aceita a idéia de que um homem viraria Deus ou vice-versa. “Foram os apóstolos que desenvolveram a teoria do Cristianismo, já após o falecimento de Jesus, que nunca afirmou ser filho de Deus”, afirma Busquila. Segundo ele, os judeus não acreditam que houve ou haverá um Messias, mas sim uma era messiânica, na qual toda a humanidade aceitará e lutará pela paz.
O conceito geral de um espírito que permeia o Universo é uma característica comum da maioria das religiões, como no Hinduísmo, no Taoísmo e entre os povos indígenas das Américas. Porém, o termo Espírito Santo refere-se especificamente às crenças das religiões monoteístas abraâmicas.
No Judaísmo D'us é UM. Não há menção explícita no Judaísmo bíblico, da existência de uma pessoa divina separada. Mesmo no Novo/Segundo Testamento não existe uma declaração clara a este respeito. As referências ao Espírito de Deus (Ruach Hakodesh), o Espírito Santo de Yahweh são várias, no entanto rejeita-se qualquer ideia do D'us Eterno com o sentido de duplo ou trino. O termo 'Ruach Hakodesh' é encontrado com frequência na literatura talmúdica [Talmud in English » 1]. Em alguns casos o termo significa 'inspiração profética', enquanto em outros é usado como uma metonímia para D'us. Tem um certo grau de personificação mas permanece uma qualidade inerente a D'us, um dos seus atributos e não como no Cristianismo uma divisão metafísica da divindade.
No Islamismo, o Espírito Santo (em árabe 'al-Ruh al Qudus') é mencionado várias vezes no Alcorão, onde é um agente da ação divina ou de comunicação entre Deus e os homens. No Hadith é comumente identificado como o anjo Gabriel (em árabe 'Jibril'). O Espírito (em árabe 'al-Ruh'), sem o adjetivo 'santo' também é usado como espírito criativo de Deus,pelo qual Deus deu o sopro de vida a Adão e inspirou os anjos e os profetas. O conceito de Trindade é rejeitado pelo Alcorão que considera a crença como pecado grave, assim como a ideia da dualidade divina.
Também chamado de Paráclito/ Valedor a crença do Espírito Santo é parte do dogma da Santíssima Trindade. A definição que o Espírito Santo como uma pessoa divina distinta e idêntica em substância ao Pai e ao Filho foi proclamado no concílio de Constantinopla em 381.
No Cristianismo, diversas alusões ao Espírito Santo aparecem nos Atos dos Apóstolos sendo associado ao poder de expulsar demónios e a faculdade dada às pessoas de falar em línguas desconhecidas (glossolalia). Apareceu na forma de 'línguas de fogo' sobre os díscípulos durante o evento conhecido como Pentecostes.
Para a maioria dos cristãos o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. O termo 'espírito santo' (Ruach Hakodesh) aparece uma vez no livro Salmos e duas vezes em Isaias. 'Ruach' significa 'sopro'. No Tanach (Antigo/ Primeiro Testamento) existem referências ao Espírito de Yahweh, uma antecipação à doutrina do Espírito Santo adotada no Novo Testamento. A palavra hebraica 'ruach' (traduzida como 'espírito' nas Bíblias) também é encontrada em diversos textos referentes à livre atividade de D'us, seja na criação ou na conexão entre a profecia e a espera do Messias.
As igrejas orientais e ocidentais desde então têm-se aceito a entidade do Espírito Santo como um vínculo absolutamente unido ao Pai e ao Filho. Na igreja ocidental é aceito que o relacionamento entre o Espírito Santo pode ser diretamente com o Pai ou o Filho e na igreja oriental que procede diretamente do Pai, através do Filho.
Desde os tempos apostólicos a fórmula foi trinitária. A confirmação ou crisma, embora não aceita pela maioria dos protestantes e evangelicais como um sacramento tem sido intimamente ligada com o papel do Espírito Santo na Igreja Católica. A Igreja Ortodoxa Oriental sublinhou a descida do Espírito sobre a congregação e na adoração da hóstia e do vinho conhecida como 'epiclesis'.
Desde os primeiros tempos do Cristianismo vários grupos descontentes com a falta de liberdade e da vitalidade da igreja institucional, pediram maior sensibilidade para as efusões do Espírito Santo, como aconteceu mais tarde no movimento pentecostal do século XX.
A Fé Bahá'í é uma religião monoteísta independente fundada por Bahá'u'lláh na Pérsia do século XIX que enfatiza a unidade espiritual da humanidade e não possui dogmas, clero, nem sacerdócio. Na Fé Baha'i existe o conceito de o 'Maior dos Grandes Espíritos' visto como uma graça de Deus. É geralmente usado para descrever a descida do espírito de D'us sobre os mensageiros profetas divinos e incluem entre outros Jesus, Maomé e Baha'ullah. Na crença Baha'i, o Espírito Santo é o canal através do qual a sabedoria de D'us torna-se intrinsecamente associado ao seu mensageiro, sendo descrito de diferentes maneiras nas religiões, como a sarça ardente de Moisés, o fogo sagrado de Zoroastro, o pombo de Jesus, o anjo Gabriel de Maomé e da serviçal do céu de Baha'u'llah. O ponto de vista do Baha'i rejeita a ideia de que o Espírito Santo é um parceiro de D'us na Trindade, mas é a pura essência dos atributos de D'us.
O teólogo coreano Chung Hyun Kyung defende que a imagem do Espírito Santo surgiu a partir da imagem de Kwan In, que é venerada como a deusa da compaixão e da sabedoria no leste da Ásia. 1 - English Babylonian Talmud » http:// www.halakhah.com /
Por causa da referência acima ao Talmud recomendo a obra do Rabino Dr. Simón Moguilevsky "Anécdotas talmúdicas y de Rabinos famosos" »
http:// www.raoulwallenb erg.net/ wp-content/ files_flutter/ 6783.pdf
http://
Sobre o judeu Yeshua (Jesus) do ponto de vista erudito indico o link:
http:// blogs.periodista digital.com/ religiondigital. php/2008/08/16/ un-rabino-habla- con-jesus-
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O rabino Jacob Neusner tenta continuamente compreender Yeshua, sente-se continuamente comovido pela grandeza de Yeshua.
http:// www.zenit.org/ pt/articles/ papa-conversa-co m-biblista-e-ra bino-americano- jacob-neusner
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Algumas ideias adicionais pertinentes a Yeshua. Indico a seguir uma conversa com um judeu ortodoxo do Chabad sobre o calendário lunar-solar do HaShem (D'us):
http:// www.synagoganets arim.com.br/ calendario/ rav%20moshe%20e% 20ortodoxo.pdf
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Peter Schaefer, a distinguished German-born Christian scholar, who heads up Princeton's Judaic studies program, has collected and analyzed all the passages in the Talmud that refer to the founder of Christianity, texts that were previously censored from Talmud editions for centuries. In his book he argues—against other scholars—that the scandalous passages indeed refer not to some other figure of ancient times but to the famous Jesus of Nazareth.
What exactly is so scandalous? How about Jesus punished in Hell for eternity by being made to sit in a cauldron of boiling excrement? That image appears in early manuscripts of the Babylonian Talmud, as does a brief account of Jesus' trial and execution—not by the Romans but by the Jewish high court, the Sanhedrin. The Jewish community, to the extent Jews were even aware of these excised texts, has been content to let them remain obscure and unknown.
Resposta judaica: "It seems fair to say now that the Talmud is every bit as offensive to Christians as the Gospels are to Jews.
The Talmud's scattered portrait of Jesus unapologeticall y mocks Christian doctrines including the virgin birth and the resurrection. Which isn't to say that the rabbinic invective is meant simply to insult. In his book, the author calls the Talmud's assault on Christian claims "devastating."
"It is a very serious argument," said Schaefer, who emphasizes that the rabbis' stories about Jesus were never intended as an attempt at historically accurate narrative. Rather, in the classic Talmudic style, they encode legal and theological argumentation in the form of sometimes-imagi native storytelling.
One naturally wonders, when Jesus in the Talmud is published, what the results will be for Jewish-Christia n relations. "I certainly don't want to harm Jewish-Christia n dialogue. God forbid," Schaefer said. But dialogue requires honesty, and "I'm trying to be honest."
Peter is a "German-born Christian." As we said, the book fills a much-needed gap in the literature."
Article by Tzvee Zahavy
[http:// osefaradi.blogsp ot.com.br/2012/ 03/ as-palavras-do-r abino-weitman-d a.html] Qual era a relação entre a elite judaica e os representantes de Roma, no período de vida de Yeshua?
Rabino David Weitman: É preciso sempre ter bem claro que, naquela época, o povo de Israel era súdito do Império Romano. Como tal era oprimido e sujeito a um poder supremo representado pelo governador - indicado por Roma - e pelo exército romano. Não havia outro poder político e eram estas forças - governador e exército - que tomavam todas as decisões. É necessário lembrar, ainda, que, a exemplo de Yeshua, centenas de milhares de judeus que viviam sob dominação romana também morreram crucificados e que comunidades inteiras da Galiléia foram exterminadas pelos soldados durante o governo do imperador Adriano. Dizem os nossos sábios que os cavalos cavalgavam nos povoados judaicos em meio a um mar de sangue, tantas as vítimas inocentes das tropas de Roma. Como poderia, então, esta suposta elite judaica decidir ou impedir a morte de Yeshua se não era capaz sequer de impedir a matança constante de tantas outras pessoas? Infelizmente, o sofrimento e o martírio de milhões de judeus, entre os quais rabi Akiva e outros nove sábios, durante este período, é sistematicament e omitido da história...
Magalhães Luís
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O teólogo Jurgen Moltmann enfatiza muito a questão de um suposto sofrimento de Deus. Qual é o valor da cruz e da morte de Cristo para Deus nesta linha de pensamento?
JURGEN MOLTMANN RESPONDE: Deus sofre para estar próximo de todos os que sofrem por solidariedade e amor. Cristo deixou tudo para procurar aqueles que foram deixados por todos. É a nova forma de uma cristologia de solidariedade – e, como a maioria das pessoas são vítimas e não opressores, precisamos de uma cristologia que pronuncie claramente que Cristo está ao lado das vítimas e que Deus fará justiça.
Quais os seus livros prediletos?
JURGEN MOLTMANN RESPONDE: A Bíblia, especialmente o Tanach (Antigo/ Primeiro Testamento); "O princípio da Esperança", de Ernst Bloch; e "A dogmática da Igreja", de Karl Barth. Mas este último tem cerca de 8 mil páginas. Atenção, é para predestinados apaixonados.
Vasta informação sobre Jesus:
Millar Burrows, de Yale, escreveu: “Jesus era tão diferente do que os judeus esperavam que fosse o “Filho de Davi” que até mesmo os Seus discípulos achavam difícil conectar a ideia do Messias entre eles”.
O erudito judeu Samuel Sandmel coloca:
“Qualquer afirmação feita durante o tempo de vida de Jesus, de que Ele era o Messias que os judeus esperavam, seria recebida como puramente em favor de sua crucificação e do colapso de qualquer aspecto político do seu movimento, pela triste constatação de que a Palestina ainda não havia sido libertada do domínio romano”. O conceito popular do Messias reinando como o libertador militar era, então, um empecilho para a maioria da população judaica considerar Jesus como o Messias. A questão é: este conceito popular era correto? É claro que nem todo o povo judeu do tempo de Jesus mantinha a opinião maioritária.
Geza Vermes observa:
“Além do conceito real, a especulação messiânica incluía noções de um Messias sacerdote e profeta e, em alguns casos, de uma figura messiânica, a qual iria combinar todas as funções em uma”.O Testamento de Levi, por exemplo, dizia:“Então, o Senhor levantará um sumo sacerdote... E ele executará um julgamento justo sobre a terra... E sua estrela brilhará no céu como a de um rei... E haverá paz em toda a terra. E o conhecimento do Senhor será derramado... como as águas cobrem os mares... E o espírito de compreensão e santificação repousará sobre ele”. A comunidade de Qumram parece ter esperado três figuras messiânicas. Um dos seus documentos predizia: “Até que venha o profeta e o Messias de Aarão e Israel. O 2 Baruque 30:1 fala do Messias “voltando em glória”, da terra, presumivelmente para o céu. Esdras 14:9 fala do Messias (“Meu Filho”) habitando aparentemente no céu. O 4 Esdras 7:29 fala da morte do Messias, como o fazem outras referências, algumas delas talvez do ano 135 d.C. e, portanto, aludindo à morte de Simon Bar Koch, que o Rabino Akina afirmava ser o Messias.O ponto importante é que nem todo mundo mantinha o conceito popular de como seria o Messias e com o que uma porção de judeus, especialmente os religiosos, achava que o carisma de Jesus combinava, a fim de preencher a descrição do Messias. O fato de que eles também esperavam que o Messias libertasse Israel da opressão romana tornou mais complicada a missão de Jesus. Fleming explica: “As multidões ao longo do “nosso lago” (Mar da Galileia) pressionavam Jesus tão constantemente, que Ele tinha dificuldade para ensinar as pessoas. A sua reputação, como o rabino que curava, precedia o Seu desejo de se tornar conhecido como um Mestre. Quando Jesus está em “nosso lago”, Ele sempre fala às pessoas que Ele cura, dizendo que guardem segredo para que as multidões não se apinhem em busca de sinais e maravilhas. Muitos judeus associavam os dons de cura de Jesus com os do Messias, o Qual poderia governar, depois de Sua revolta contra Roma. Provavelmente, muitos na multidão, estariam curiosos para ver qual a posição que Ele iria assumir com respeito à opressão romana”. Se Jesus desejava ou não, antes de tudo, ser conhecido como Mestre precisa ser questionado. O que está claro é que o conceito popular sobre o Messias não combinava com o conceito de Jesus sobre o Messias. Junto com outro fator, fica absolutamente clara a razão pela qual Jesus não saía por ali, anunciando publicamente: “Eu sou o Messias. Sigam-me!” O grande problema eram os romanos. Eles estavam perfeitamente cônscios das expectações messiânicas do povo. Tácito (escrevendo no Século II d.C.) regista: “Havia uma firme persuasão... de que neste exato tempo o Oriente iria se tornar poderoso e os governantes vindos da Judeia iriam conseguir um império universal”. Pelo mesmo tempo, dissertando sobre a década seguinte à destruição do Templo, no ano 70 d.C., Suetônio escreveu: “Havia se espalhado em todo o Oriente a crença antiga e estabelecida do que iria acontecer naquele tempo, quando homens viriam da Judeia para governar o mundo”. É claro que os romanos estavam preparados para abafar qualquer insurreição messiânica. Não é de admirar, portanto, que Jesus não andasse por ali, alardeando: “Eu sou o Messias”. Como veremos, Ele também tinha maneiras mais efetivas para fazer este anúncio. Os evangelhos revelam, constantemente, as expectações messiânicas do povo. Desde o início da vida terrena, quando Simeão identificou Jesus como sendo o Messias, há muito tempo esperado, até o final da Sua vida, quando muitos O honraram como o Messias, na entrada triunfal de Jerusalém, as narrativas relatam exatamente estas expectações. As expectações messiânicas do povo judeu provêem uma das razões mais fortes para se confiar na exatidão das narrativas do evangelho, as quais descrevem as atividades de Jesus. Geralmente, os cépticos afirmam que a vida de Jesus, conforme é descrita nos evangelhos, é sobrenatural demais para ser acreditada. Contudo, o que é sempre esquecido é que esta foi a grande razão pela qual alguns dos Seus discípulos morreram na cruz. Certamente, Jesus preencheu as exigências messiânicas dos Seus discípulos. Algo teria de acontecer, algo não menos poderoso do que as narrativas dos evangelhos iriam registar, a fim de motivar homens e mulheres judeus a arriscarem suas vidas, a fim de propagarem esta mensagem, a qual era tão tremendamente oposta à prevalecente opinião messiânica daquele tempo.
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Em Busca do Jesus Histórico: David Flusser
embuscadojesush
Em "Jesus", o historiador judeu David Flusser defende a tese de que uma exegese cuidadosa nos três primeiros Evangelhos, denominados sinópticos, revelará não o Jesus messiânico ensinado pela tradição cristã, mas sim o Jesus judeu, que usava o seu profetismo como uma forma radical de reforma na religião de Yisrael. Para Flusser, Jesus foi um judeu completamente comprometido com a sua origem, não podendo ser encontrado no mesmo nenhum traço de ruptura.
Outra questão bastante interessante encontrada na obra, é a defesa da relevância dos Evangelhos na composição da real imagem do Jesus Histórico. Para David Flusser, a despeito dos mitos existentes nos relatos evangélicos e da função proclamativa da mensagem cristã por parte da Igreja, após uma leitura crítica é possível encontrar traços confiáveis do Jesus Histórico nestes textos sagrados. Em suma, mesmo não sendo relatos historiográfico
Sobre estas questões, vejamos o que o próprio Flusser tem a dizer »
Os primeiros registos cristãos sobre Jesus não são tão indignos de crédito como se costuma acreditar atualmente. Os três primeiros Evangelhos apresentam um retrato razoavelmente fiel de Jesus como um judeu típico da sua época, e também preservam consistentement
ou;
A tradução grega de antigas fontes hebraicas (Septuaginta) foi utilizada por os nossos três evangelistas. Assim, quando estudamos à luz do seu pano de fundo judaico, os Evangelhos Sinópticos preservam um quadro de Jesus que é mais confiável do que em geral se admite.
Por mais que tenhamos divergências com algumas premissas defendidas por Flusser, é impossível que qualquer pessoa interessada em conhecer um pouco mais a respeito da vida e obra de Jesus não devore este livro. Apesar de ser uma obra académica, a sua linguagem é de fácil compreensão, fazendo da leitura um exercício prazeiroso.