Magalhães Luís > Debate Teológico
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Fonte: INE/Pordata
É o retrato de um país com um número avassalador de idosos – mais de dois milhões –, muitos dos quais a viver sozinhos e a sobreviver com uma pensão inferior ao salário mínimo nacional. Um país onde o rendimento médio das famílias (a preços constantes) baixou para 27.811 euros no ano passado, quase menos mil euros do que em 2011, e onde o número de pensionistas com reformas inferiores ao salário mínimo nacional está perto dos 1,5 milhões.
São "números que contam a nossa história mais recente" os que aparecem compilados no último "Retrato de Portugal", o terceiro do género traçado pela base de dados Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e que acaba de ser divulgado. No Dia de Portugal, o PÚBLICO seleccionou alguns.
A colectânea de indicadores de 2011 (actualizada com vários dados de 2012) revela um país assolado pela crise. A par do crescimento abrupto do desemprego, a população empregada a tempo parcial atingiu um novo recorde histórico (14,3%, em 2012). O número de pensionistas da Segurança Social que se reformaram antecipadamente também foi em 2012 o maior de sempre: mais de 175 mil. O total de beneficiários da prestação de desemprego suplantou os 398 mil.
Mas este é, mesmo assim, um retrato bipolar: ao mesmo tempo que ilustra a diminuição dos rendimento das famílias e o decréscimo dos montantes dos empréstimos da banca a particulares e a empresas em 2012, permite perceber de forma clara que a poupança particular está a aumentar. Tal como o saldo das remessas dos emigrantes e dos imigrantes (mais de 2,2 milhões de euros, no ano passado).
A despesa do Estado com a educação baixou para 4% do PIB entre 2011 e 2012, enquanto a da saúde subiu para 6,3%. E os tribunais judiciais continuam congestionados com processos pendentes (1.728.345, no ano passado), que representam quase o dobro dos processo findos.
Uma das mais valias deste trabalho de compilação estatística consiste no facto de permitir um olhar sobre os últimos 50 anos — da dimensão da população (o país tem hoje mais 1,7 milhões de habitantes do que em 1960), ao número de advogados a exercer (eram menos de dois mil em 1960, 51 anos depois são 27.869).
Os dados mostram uma sociedade que continua em mudança. Aumenta a população idosa — o grupo etário dos 65 ou mais anos representava, em 1960, 8% da população do país para, em 2011, chegar aos 19%. O casamento é cada vez menos uma opção – em 2012 celebraram-se 34.423 (quase menos dois mil do que no ano anterior), ao passo que em 1960 foram mais de 66 mil. As mulheres são mães cada vez mais tarde (a idade média ao nascimento do primeiro filho já vai nos 29,5 anos e era de 25 em 1960).
A taxa de analfabetismo continua a diminuir — 5,2% da população residente com 10 e mais anos, em 2011; em 1960, 39% das mulheres e 27% dos homens eram analfabetos. E também não pára de aumentar a percentagem de mulheres com ensino superior (16,9% da população com 20 e mais anos, contra apenas 12,4% no sexo masculino).
Ha-mevin yavin. The Hebrew words ha-mevin yavin can be translated literally as either “He who understands will understand” or “Let him who understands, understand.” It’s a way of saying in rabbinic literature, “I’m not going to say anymore — either you get it or you don’t,” and it’s still used today in Israeli Hebrew.
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Penso que vocês não leram com atenção este detalhe de tipo ou à imagem de Sanhedrin-copyc at-saudosismo-f rieza perante a dignidade humana: "On Friday, a youth from the West Bank was arrested after he inquired, on a website, whether shooting members of the Women of the Wall while they wear the tallit, or prayer shawl, is permissible according to Jewish law."
"Israel Radio reported that the 17-year-old, who studies at a yeshiva in Jerusalem, was told that violence is absolutely forbidden. The student claimed that he never intended to actually harm any members of the organization." [Mas, como disse Yeshua, o pensamento do Maligno entrou no coração legalista deste yehud fundamentalista , i.e., o de salvar a Torah a todo o custo. O Mal está feito e plasmado nos mídia.]
IMPLICAÇÕES DA TEORIA DO PECADO ORIGINAL NO JUDAÍSMO PARA A TEORIA CRISTÃ »
"Biblical commentary of Rabbi David Kimchi (1160–1235), about the serpent’s seduction of Eve in the Garden of Eden and about a statement in the Talmud (strikingly reminiscent of the Christian doctrine of Original Sin) that Adam and Eve’s transgression polluted all humanity until the stain was removed from Israel at Mount Sinai, Kimchi remarks, “I won’t expound on this homily so as not to reveal hidden things… and ha-mevin yavin.”"
É nesta trágica narrativa do Génesis – primeiro livro da Bíblia, no qual se relata a criação do mundo -, que assenta a doutrina do Pecado Original. O seu arquitecto foi o controverso Agostinho, um professor de retórica nascido em Tagaste (Argélia), que se notabilizara como arrebatado defensor dos ideais estóicos e maniqueístas. Mas, após uma vida dissoluta que o deixava amargurado na «lama da concupiscência» , arrastando-o «para um abismo de paixões e vícios» – conforme reconheceu nas suas «Confissões», primeiro livro autobiográfico da literatura cristã -, aceitou o baptismo durante a celebração da vigília pascal, na noite de 24 de Abril de 387, com 33 anos de idade.
Mas Agostinho, futuro bispo de Hipona, mal foi admitido no seio da Igreja de Roma iniciou de imediato a redacção do seu «Diálogo Sobre o Livre Arbítrio», no qual faz ressaltar as dúvidas que lhe haviam tomado a mente sobre a origem do mal. Não tardou a associar definitivamente a queda dos «primeiros pais», Adão e Khavyáo (Javá [Eva]), a uma transgressão de ordem sexual. E deste raciocínio até à vulgarização de que o pecado acompanha qualquer acasalamento humano, foi um passo. Ainda hoje, o Catecismo da Igreja Católica reconhece que «o pecado de Adão se tornou pecado de todos os seus descendentes», classificando-o como uma «inclinação para o mal, que se chama concupiscência» , a mesma expressão utilizada por Agostinho.
O relato bíblico onde o cristão africano fundamentou a sua tese surge nos segundo e terceiro capítulos do Génesis. Neles se descreve a fabulosa história do paraíso terrestre, no qual Deus instalou um homem e uma mulher para usufruírem «de todas as árvores do pomar»… O infeliz desenlace da narrativa literária mais comentada do mundo já se conhece. Diferente leitura faz o teólogo Armindo Vaz. Professor de Teologia Bíblica na Universidade Católica Portuguesa, defendeu na respeitada Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, a única tese de doutoramento onde se reconhece que esta narração do Génesis, escrita entre os séculos X e IV aC, é tão-só um mito de origem, que «pretende explicar a criação do Homem e a sua condição finita».
«Quando se refere a existência de um mito na Bíblia fica-se logo disposto a recusar, porque ainda se mantém uma incorrecta concepção de mito, pensando-se que é uma fantasia, sem qualquer relação com a realidade.» A advertência do padre Armindo Vaz pretende que o interlocutor perceba de que realidade o autor bíblico está a falar. «Não se trata de uma narração factual. Quando o autor coloca Deus a criar está a fazer uma afirmação de fé», sublinha o teólogo para logo anotar: «O mito começa quando o relato bíblico se inicia: ‘No dia em que o Senhor Deus fez o Céu e a Terra…’ Ou seja, atribuindo a origem de todas as realidades ao princípio absoluto de tudo.»
É precisamente esta razão que leva o investigador a afirmar que «não se pode pensar que o ser humano quando nasce, já nasce em condição de pecado», até porque, esclarece, «a teologia e a exegese bíblica deixa bem claro que o ser humano foi criado por D-us YÁOHU UL, à sua imagem e semelhança» [Bereshít 1:26«Disse mais YÁOHU ULHÍM: "Façamos um homem, um ser semelhante a nós, e que domine sobre todas as formas de vida na terra, nos ares e nas águas".
27 YÁOHU ULHÍM criou então o homem semelhante ao seu Criador; "assim YÁOHU ULHÍM criou o homem. "Homem e mulher - foi assim que os fez.» ]
[Atenção: »»» E o prova com evidências categóricas a ciência hodierna].
Como se explica então que o autor bíblico coloque Adam (Adão) e Khavyáo (Javá [Eva]) a desobedecerem a uma proibição de D-us, que não lhes permitia comer das duas Árvores – a da Vida e a do Conhecimento do bem e do mal – colocadas «no centro do pomar»? O teólogo chama a atenção para que o mito de origem não se limita a relatar «os aspectos simpáticos da criação», como o aparecimento dos animais e das plantas. «O narrador bíblico quer interpretar tudo. Ou seja, também está interessado nos aspectos negativos da vida humana.»
As exigências do trabalho, a busca do pão de cada dia, o cuidado das crianças, incluindo o parto, e a finitude da vida humana constituem o «lado negro» da vida com que o autor do Génesis se defrontou e ao qual teve de dar uma explicação através da fé. É aqui que surge a serpente, a exemplo de outros mitos de origem da região onde se situava o escritor bíblico, como a epopeia de Gilgames (2700 a.C.), a quem uma serpente roubou a planta da eterna juventude, e aos quais o autor bíblico não era alheio. «É essa condição finita com todos os aspectos dolorosos da condição humana que o narrador interpretou, colocando Deus a punir uma transgressão.»
Com Adam (Adão) e Khavyáo (Javá [Eva]), a serpente desempenha o papel de despertador dessa situação: «No dia em que comerdes dele (do fruto da Árvore do Conhecimento) se abrirão os vossos olhos e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.» E reconheceram que estavam nus. «Quando o narrador diz que homem e mulher não tinham vergonha um do outro, está a significar que não tinham consciência da sua nudez», diz o teólogo, para quem a transgressão é «apenas metafórica», por denunciar «um estado de incivilização». Na leitura de Armindo Vaz, «não se trata, portanto, de um estado paradisíaco, no qual homem e mulher viveriam em perfeita comunhão com D-us, sem perturbação da sua sexualidade». Pelo contrário, até ao momento da transgressão, Adam (Adão) e Khavyáo (Javá [Eva]) «não estavam completos». Portanto, conclui o sacerdote, «se o narrador quisesse significar que os humanos em processo de criação haviam pecado, estaria a responsabilizar D-us. Já que é D-us o único responsável pelo processo de criação, e dele os dois seres dependiam totalmente».
Só a partir desta releitura do mito de origem bíblico é que se consegue compreender o entendimento que Armindo Vaz faz do momento em que a narração coloca D-us a «punir» os transgressores, incluindo a serpente. «A punição dada à serpente insere-se na mesma linha da atribuída à mulher e ao homem», porque, na verdade, nunca o narrador do Génesis utiliza a palavra pecado, diz o teólogo. E como «a transgressão relatada é metafórica», o investigador atribui à serpente do Génesis um papel idêntico ao do réptil da lenda de Gilgames, que conhece as propriedades da planta da Vida.
Não foi este o entendimento de Agostinho, e depois dele o de toda a Igreja, que aceitou e incluiu na sua doutrina a tese do Pecado Original. O bispo de Hipona viu na descoberta da nudez um pecado de carácter moral, a perversão sexual que marcou toda a Humanidade. Armindo Vaz, porém, não se inclina perante esta interpretação. «Convertido ao cristianismo, o pano de fundo do maniqueísmo não desapareceu do pensamento de Santo Agostinho», reconhece o teólogo, para esclarecer que o «Pai» do Pecado Original, «quando se deparou com este texto do Génesis, viu nele o relato da sua história pessoal. Nesse Adam (que em hebraico significa homem), que ele entendeu como nome próprio, viu a sua própria pessoa, enquanto naquela Eva (que em hebraico significa vitalidade), que ele também percebeu como um nome próprio, reconheceu a mulher da qual teve um filho, numa relação extramatrimonia l».
No final do relato, porém, o autor do Génesis sente a necessidade de colocar anjos a guardarem «o caminho para a Árvore da Vida». É o desvendar de todo o mistério? Armindo Vaz defende que sim. Trata-se de uma explicação, para demonstrar que o ser humano não pode ser imortal. «Os querubins surgem para significar que o acesso à Árvore da Vida está vedado à Humanidade.»
Segundo o Rabino David kimchi o pecado de Adam e Javá poluiram toda a humanidade até que a "mancha" foi removida de Yirael no Monte Sinai/Horeb. E mais não diz: Ha-mevin yavin.
Apenas uma reflexão, que demonstra que de certa forma a visão de Yeshua ser crucificado pelos pecados de Adam e dos nossos pecados, está a ser revista na Teologia.
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