http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1769447&seccao=Anselmo
¡¡GOOOOOOOOOOOOL DEL BARCELONAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!! ¡¡GOOOOOOOOOOOL, GOOOOOOOOOOOOL, GOOOOOOOOOOOL DE MESSIIIIIIIIIIII!!
Na noite de 31 de Dezembro passado, a explosão de uma bomba diante de uma igreja cristã copta, em Alexandria, à saída da celebração do Ano Novo, causou 23 mortos e 79 feridos. Um grupo ligado à Al-Qaeda no Iraque, responsável pelo ataque sangrento da catedral de Bagdad em Outubro, já tinha apontado os coptas como alvo. Independentemente de quaisquer considerações ideológicas, políticas ou religiosas, é legítimo perguntar-se pelas consequências do incêndio que alastraria pelo mundo inteiro, se algo de semelhante acontecesse, diante de uma mesquita, no Ocidente.
Quem não anda completamente distraído já notou que há muito se observa um plano para acabar com os cristãos no Médio Oriente. Quem mais tem denunciado a situação são intelectuais ateus ou agnósticos, como Bernard-Henri Lévy ou Régis Debray. O último número de Philosophie Magazine faz notar que o novo objectivo da Al-Qaeda parece ser o de pôr as comunidades religiosas umas contra as outras, "passando por cima dos Estados". Começou no Iraque e estende-se ao Egipto e à Nigéria. Nesta estratégia, os cristãos do Oriente - "ângulo morto da nossa visão do mundo", segundo R. Debray - representam "um alvo ideal". Pela sua própria existência - "árabes não muçulmanos" -, "desmentem" a ideia de um choque entre civilizações fundadas na religião. Os cristãos "desempenham um papel insubstituível de traço de união e de mediador entre o exterior e o interior, o Ocidente e o Oriente", afirma Debray. Mas, por este andar, por quanto tempo?
A maior perseguição religiosa no mundo, hoje, é aos cristãos. Lembrando o atentado de Alexandria e a perseguição de diferentes comunidades cristãs, Nicolas Sarkozy, num discurso de Ano Novo perante as autoridades religiosas de França, declarou: "Não podemos tolerar o que cada vez mais parece ser um plano particularmente perverso de depuração religiosa no Médio Oriente."
Esquece-se frequentemente que esses cristãos nada têm a ver com as cruzadas ou outros tipos de perseguição ocidental, pois são originários desses países, aí presentes desde os tempos do cristianismo primitivo. Foi o que o Presidente francês também lembrou: "no Iraque como no Egipto, os cristãos do Oriente estão na sua casa e a maioria deles há 2000 anos", acrescentando: "não se pode aceitar que essa diversidade humana, cultural e religiosa, que é a norma na França, na Europa e na maior parte dos países ocidentais, desapareça dessa parte do mundo." "Os direitos que estão garantidos na nossa casa a todas as religiões devem ser reciprocamente garantidos noutros países."
Preocupado com sondagens que mostram que mais de um terço dos franceses e dos alemães consideram os muçulmanos como uma ameaça, Sarcozy pediu que se combata esse sentimento "irracional" com "o conhecimento mútuo e a compreensão do outro". "O islão nada tem a ver com o rosto repugnante desses loucos de deus que tanto matam cristãos como judeus, sunitas e xiitas. O terrorismo fundamentalista também mata muçulmanos."
Lembro que, há precisamente 1300 anos, os muçulmanos entraram na Península e é inegável que se impôs um razoável espírito de tolerância entre muçulmanos, cristãos e judeus. Não é com esse espírito que é preciso avançar para o futuro? Levo comigo um sonho - um sonho acordado: que um dia a catedral de Córdova possa ser partilhada com os muçulmanos e a basílica de Santa Sofia (Hagia Sophia) em Istambul, partilhada com os cristãos. Dir-se-á que é mero wishfull thinking, utopia irrealizável. Mas eu estou com Ernst Bloch, que, citando livremente Heraclito, escreveu: "Quem não espera o inesperado não o encontrará."
Nota de rodapé de um crente cristão: Esquece-se que o islamismo na Europa é representado por não-europeus, por afro-asiáticos; gente que nada têm a ver com a Europa, pois limitam-se a invadir e a parasitar os europeus e a, no fundo, a escravizá-los e a ocupar-lhes de forma arrogante e colonial o espaço. Diversamente, os cristãos no médio-oriente e no oriente são indígenas desses territórios (não são europeus nem deles descendentes), mais antigos até que a escumalha islâmica local. O problema da Europa é a cobardia dos seus dirigentes e a traição da ideologia de esquerda. Por isso, para os europeus sobreviverem aos seus inimigos, é preciso exterminá-los, bem e definitivamente exterminados dentro das fronteiras da Europa. Nada de mariquices. Dos fracos não reza a HISTÓRIA...
Ó dr. Alselmo não diga disparates, nem se ponha de cócoras face ao imperialismo islâmico, nem aldrabe descaradamente a história para beneficiar o islamismo! Já mete nojo tanto lacaísmo! Fique sabendo : há 1300 anos o imperialismo islâmico NÃO entrou na Europa! O que aconteceu foi que os islâmicos INVADIRAM a Europa! Ó homem, levante-se! Não permaneça de joelhos! Já chega de eufemismos! Tanto medo, tanta cobardia!
Conviver com a natureza e os animais - Anselmo Borges
Um amigo jesuíta, Juan Masiá, que vive há trinta anos no Japão, contou-me uma história muito significativa, passada numa paróquia japonesa. Um missionário estrangeiro começou a notar que os paroquianos deixaram de frequentar a santa missa por ele celebrada. Intrigado, decidiu informar-se discretamente. Foi recebendo respostas evasivas, até que alguém ganhou coragem e lhe disse: "E por causa do gato." Achou estranho, embora se lembrasse de que uns meses antes tinha agarrado pelo rabo um gato vadio que andava pela cozinha e o tinha atirado contra a parede. No entanto, não via razão para o afastamento dos paroquianos. Quando tentaram explicar-lhe, disse-lhes, indignado: "Tanto esforço para ensinar-vos que o ser humano tem alma e os animais não e agora ficais chateados por causa da morte do gato, um animal irracional?!" Mas os cristãos responderam-lhe: "O problema não é a alma do gato, se tem ou não tem alma. O problema é você. Que terá no íntimo do coração, se foi capaz de a sangue frio esborrachar o gato contra a parede?"
Ainda se continua a escrever aqui e ali: "proibida a entrada de animais", "no animals", esquecendo que os seres humanos também são animais. É necessário tomar consciência de que a humanidade não se pode pensar isolada, pois fazemos parte da comunidade natural da vida, em relação com animais e plantas, respirando o mesmo ar, tendo a mesma exigência de alimentação e água, na mesma terra e sob o mesmo céu, o que implica, contra o monopólio antropocêntrico explorador e dominador, um paradigma holístico de existência.
O cristianismo é agora apresentado como sendo um dos responsáveis pelo antropocentrismo arrogante e pela crise ecológica, por causa da ordem de Deus aos seres humanos no Génesis: "Dominai a terra." Mas, como reconhecem os exegetas, trata-se de uma interpretação errada da Bíblia, já que o que lá se encontra nada tem a ver com domínio despótico, mas apenas com guardar e cuidar da Criação, contribuindo para o seu aperfeiçoamento responsável, no quadro de um desenvolvimento harmónico do conjunto de todas as criaturas. Aliás, a aliança de Deus, depois do dilúvio, simbolizada pelo arco--íris, inclui todas as criaturas.
Há dois extremismos a evitar. O antropocentrismo tecnocientífico moderno, que vê o homem fora da natureza e o coloca na posição de sujeito objectivante e explorador da natureza, como se esta não tivesse valor próprio e se reduzisse a um reservatório de energias a dominar. A chamada deep ecology, que invoca uma natureza divinizada, encerra o homem na totalidade naturalista, cósmico-biológica, esquecendo a sua singularidade única de pessoa.
Assim, independentemente do debate sobre os direitos dos animais, a analisar em artigo próximo, não há dúvida de que temos obrigações para com eles, concretamente quando se reflecte no seu sofrimento. São inadmissíveis a tortura e a crueldade bem como sofrimentos desnecessários. Neste contexto, é necessário pôr em causa, por exemplo, as touradas.
Mesmo Kant, que só reconhecia direitos às pessoas como fins em si, referiu a insensibilidade face aos animais como reveladora de desumanidade e anti-educativa, tendo escrito: "Aquele que se comporta cruelmente com os animais possui também um coração endurecido com os humanos", de tal modo que "se pode conhecer o coração humano a partir da sua relação com os animais". Admitiu alguma experimentação com animais, mas opôs-se à experimentação irresponsável, concretamente à vivissecção.
Sobre esta problemática lê-se no Tratado de Lisboa: "Na definição e aplicação das políticas da União nos domínios da agricultura, da pesca, dos transportes, do mercado interno, da investigação e desenvolvimento tecnológico e do espaço, a União e os Estados membros terão plenamente em conta as exigências em matéria de bem-estar dos animais, enquanto seres sensíveis, respeitando simultaneamente as disposições legislativas e administrativas e os costumes dos Estados membros, nomeadamente em matéria de ritos religiosos, tradições culturais e património regional."